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Estudo e Pesquisa Escolar



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Gramática

As classes gramaticais da língua portuguesa são:

*substantivo
*adjetivo
*artigo
*pronome
*numeral
*verbo
*advérbio
*preposição
*conjunção
*interjeição

Classes Gramaticais

1. Substantivo: é a classe gramatical de palavras variáveis as quais denominam os seres. Ex: giz, Madalena, escola e etc.

2. Adjetivo: exprimem qualidade, defeito, origem, estado do ser.

3. Artigo: acompanham os substantivos, determinando-os.

4. Numeral

5. Verbo: é a classe de palavras variáveis em pessoa, número, tempo e modo, que indicam ação, estado ou fenômeno da natureza.

6. Pronome: substituem o nome ou a ele se referem.

7. Interjeição: palavras invariáveis que exprimem um estado emotivo.

8. Conjunção: palavras invariáveis que ligam duas palavras ou orações entre si. Locução Conjuntiva é a expressão equivalente a uma conjunção.

9. Advérbio: palavras invariáveis que indicam circunstâncias diversas

10. Preposição: palavras invariáveis que ligam duas palavras, subordinando a segunda à primeira.



Substantivo

Substantivo é a palavra que designa seres em geral:

1. nomes de pessoas, coisas, lugares, gênero, espécie

Exemplos:

nomes coisas lugares gênero espécie
Maria espelho Sergipe [o] visitante jacarandá
Paulo futebol Canadá [a] hóspede homem
Castro jóia sapataria [o] artista hortaliça
Maia lago chácara


2. nomes de estados ou qualidades, ações, sentimentos, noções que se destinam a denominação de seres:

Exemplos:

estado ou qualidade ações sentimentos noção
juventude nascimento felicidade tamanho
hipocrisia colheita hipocrisia originalidade
médico [o] pulo medo equilíbrio


Considera-se, ainda, substantivo qualquer palavra que ocupe a função sintática particular ao substantivo. Nessa perspectiva, a distribuição do substantivo é bastante ampla, pois pode-se estendê-la para a caracterização de vários termos e orações da nossa língua.

Dizemos que um termo funciona como substantivo, embora não se caracterize como tal sob outro ponto de vista. Ou seja, apesar de, em princípio, uma palavra pertencer a certa classe gramatical, essa determinação pode mudar dependendo do papel que a palavra esteja desempenhando na sentença. Dessa forma, qualquer palavra da língua é suscetível de várias categorizações, pois o que impera são suas funções vinculadas a um contexto específico.

Exemplos:

O não é próprio do meu chefe
...[não = advérbio]

...[não (nesta sentença): núcleo do sujeito = substantivo]

...[função do não: substantivo]

O fazer parece ser mais importante que o pensar.
...[fazer/pensar = verbo]

...[fazer/pensar (nesta sentença): núcleo do sujeito = substantivo]

...[função do fazer/pensar: substantivo]

Na esfera da classificação das orações esse mesmo critério está presente. Dizemos, por exemplo, que uma oração é substantiva, quando se comporta como um substantivo (em oposição à função de adjetivo ou advérbio).

Exemplo:

"O pior é que eu não estava mentindo..."


Adjetivo

Adjetivo é a palavra que qualifica os seres em termos de:

- expressão de uma qualidade

Exemplos:

chocolate quente/gostoso/amargo
...[chocolate: substantivo]


- expressão da aparência ou aspecto

Exemplos:

mesa quadrada/preta/quebrada
...[mesa: substantivo]


- apresentação do estado do ser

Exemplos:

ventilador ligado/quebrado/emprestado
...[ventilador: substantivo]


Na perspectiva funcional, considera-se adjetivo o termo que modifica um substantivo (ou qualquer palavra que exerça a função de substantivo) no sentido de lhe atribuir uma característica. Sob esse ponto de vista, qualquer palavra ou oração que funcione como um modificador deste tipo terá valor de adjetivo. Assim são, por exemplo, os pronomes que indicam propriedade (meu, dele, etc.) ou as orações subordinadas do tipo:

"Era ela mesma uma estrela que ofuscava a própria luz"

Há de se considerar, portanto, o contexto em que as palavras estão inseridas para se prosseguir na análise. As diversas situações da linguagem revelam que uma palavra, em princípio considerada adjetivo, pode funcionar como um substantivo. Observe:

"Os parentes vegetarianos nunca tinham vez em casa!"
...[parentes: substantivo]

...[vegetarianos: adjetivo]

"Os vegetarianos nunca tinham vez em casa!"
...[vegetarianos: substantivo]

Em termos sintáticos, os adjetivos, assim como qualquer outro termo determinante, devem estabelecer uma relação de concordância com o substantivo ao qual se referem. Desse modo, a grande maioria dos adjetivos sofre flexão em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural) de acordo com o termo ao qual está ligada.

Exemplos:

[o] teatro reformado [a] encomenda atrasada


Artigo

Artigo é a palavra que determina ou indetermina os seres ao qual está ligado.

Além dessa função de determinação, o artigo exerce outra função muito importante: a substantivação. A palavra ligada ao artigo, ou seja, aquela com a qual ele estabelece a concordância, torna-se um substantivo. Desse modo, podemos concluir desde já que o artigo é uma palavra extremamente dependente de outras na oração. Seu elo mais forte é com o substantivo.

Exemplos:

Com um número na cabeça, o rapaz tentava encontrar um lugar de apostas: hoje seria o dia do dragão.


Nem parecia que a faxina tinha sido feita: as plantas secas, o jantar ainda posto, uma intenção de viagem no ar.
...[em negrito: artigos]

...[palavras sublinhadas: substantivos]

Embora o artigo esteja sempre vinculado a um substantivo, a presença deste nem sempre é necessária. É o fenômeno chamado zeugma, bastante comum na nossa língua.

Exemplo:

Havia dias em que eu precisava do colo dele; outros muitos era ele quem procurava o meu.
...[o meu: zeugma = elipse do substantivo "colo"]

Os artigos são palavras variáveis, ou seja, sofrem variação em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural) em concordância com o substantivo que antecedem. Essa característica, aliás, é bastante importante em muitos casos. Por exemplo, os artigos são fundamentais para determinar o gênero de certos substantivos e, com isso, o seu significado.

Exemplos:

a cabeça [parte do corpo] o cabeça [chefe]
a caixa [recipiente] o caixa [resposável pelo caixa]
a grama [relva] o grama [unidade de peso]
a moral [conjunto de regras] o moral [brio, ânimo]


Pronome

Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de alguma forma.

Exemplos:

A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
...[substituição do nome]

A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita e conhecia tudo sobre logaritmos!
...[referência ao nome]

Essa moça morava nos meus sonhos!
...[qualificação do nome]

Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso.


Exemplos:

Minha carteira estava vazia, quando eu fui assaltada.
...[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]

Tua carteira estava vazia, quando você foi assaltada?
...[tua/você: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]

A carteira dela estava vazia, quando ela foi assaltada.
...[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]

Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através do pronome seja coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.

Exemplos:

[Fala-se de Roberta]


Ele quer participar do desfile da nossa escola neste ano.
...[nossa: pronome que qualifica "escola" = concordância adequada]

...[neste: pronome que determina "ano" = concordância adequada]

...[ele: pronome que faz referência à "Roberta" = concordância inadequada]

São muitos os tipos de pronomes e também diversos as suas funções e empregos. Por isso, é importante conhecer outras particularidades a seu respeito:

Alguns tipos de pronomes

o pronome em início de sentença

a crase e alguns tipos de pronomes

Aulas faladas com som e imagem

Além disso, alguns pronomes ocupam posições especiais na sentença. Essa característica dos pronomes é tratada como colocação pronominal.


Numeral

Numeral é a palavra que qualifica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada seqüência.

Exemplos:

Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
[quatro: numeral = atributo numérico de "ingresso"]

Eu quero café duplo, e você?
...[duplo: numeral = atributo numérico de "café"]

A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
...[primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na seqüência de "fila"]

Os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos. Estes últimos são uma classe gramatical específica às palavras (um, primeiro, terça parte, etc.).

Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a idéia expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.


Verbo

Verbo é a palavra que expressa processos, ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza, conveniência, desejo e existência. Desse modo, enquanto os nomes (substantivo, adjetivo) indicam propriedades estáticas dos seres, o verbo denota os seus movimentos, por isso sua característica de dinamicidade.

Exemplos:

Um homem já escorregou neste chão molhado e deixou cair seu livro de matemática
...[escorregar: verbo = ação que expressa a dinamicidade de "homem"]

Por enquanto as matas continuam indefesas.
...[continuar: verbo = estado que expressa a dinamicidade de "matas"]

Anoitecia rapidamente!
...[anoitecer: verbo = fenômeno dinâmico da natureza]

Convém aguardar mais alguns minutos.
...[convir: verbo = conveniência que expressa a dinamicidade de "aguardar..."]

Nossos estudantes anseiam um bom emprego.
...[ansiar: verbo = desejo que expressa a dinamicidade de "nossos estudantes"]

Houve tumulto no momento da votação.
...[haver: verbo = existência que expressa a dinamicidade de "tumulto..."]

Em termos sintáticos, os verbos exercem uma função fundamental: núcleo da predicação nos predicados verbais. Isto é, o verbo é o constituinte essencial do predicado verbal. Além disso, os verbos também são fundamentais para a constituição das orações. Ao contrário do sujeito, que pode estar ausente na oração, sem verbo não há oração. Aliás, classificam-se as orações conforme o número de núcleos verbais existentes.

Exemplos:

É comum, no interior do país, surpreender crianças com doenças graves.
...[é: verbo = núcleo do predicado "é comum"]

...[surpreender: verbo = núcleo do predicado "surpreender crianças..."]

Se você me esperar1, vou até lá2, procuro pelo endereço3 e trago-o aqui4.
...[número de orações: 4]

...[número de núcleos verbais: 4]

Vou entrar por esta porta1 e quero encontrar tudo2 como eu havia deixado3.
...[número de orações: 3]

...[número de núcleos verbais: 3]

A classe gramatical dos verbos é bastante rica em flexões. Trata-se de uma classe que varia em número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz. Essas variações se agrupam em conjuntos flexionais chamados de conjugação. É importante, portanto, conhecer as outras particularidades do verbo.

Os verbos também exigem formas especiais de combinação com os outros elementos da oração. Esse mecanismo de combinação é compreendido nas chamadas:

concordância verbal

regência verbal


Advérbio

Advérbio é a palavra que se emprega como:

modificador do adjetivo ou do próprio advérbio;


determinante do verbo
Os advérbios são palavras heterogêneas, ou seja, podem exercer funções as mais diversas na oração. Por isso, a cada função exercida, alia-se um valor significativo. Como modificador, o advérbio expressa uma propriedade dos seres de modo a acrescentar-lhes um significado diferente, "modificado". Isso acontece em relação ao adjetivo, ao próprio advérbio, ou mesmo a uma oração inteira.

Exemplos:

Ela estava tão apressada que esqueceu seu livro de matemática comigo.
...[apressada: adjetivo]

...[tão: advérbio = modificador do adjetivo]

Todos passam muito bem, obrigado!
...[bem: advérbio]

...[muito: advérbio = modificador do advérbio]

Felizmente não houve feridos no acidente.
...[não houve feridos no acidente: oração]

...[felizmente: advérbio = modificador da oração]

Ninguém manda aqui!
...[mandar: verbo]

...[aqui: advérbio de lugar = determinante do verbo]

Os advérbios que se relacionam ao verbo são palavras que expressam circunstâncias do processo verbal, por isso considerá-los um determinante. Cada uma dessas circunstâncias indicadas pelos advérbios justifica os vários tipos de advérbios na nossa língua (circunstância de lugar, modo, tempo, etc.).

Outra característica dos advérbios se refere a sua organização morfológica. Os advérbios são palavras invariáveis. Isto é, essa classe gramatical não apresenta variação em gênero e número - tal como os nomes -, nem de pessoa, modo, tempo, aspecto e voz - tal como os verbos. Alguns advérbios, porém, admitem a variação em grau (ex.: cedo = advérbio de tempo em grau normal; cedíssimo = grau superlativo; cedinho = diminutivo com valor de grau superlativo do advérbio).

É importante, portanto, conhecer essas outras particularidades do advérbio.


Preposição

Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula.

Exemplos:

Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir.
...[amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição]

...[de: preposição]

Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.
...[esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição]

...[com: preposição]

Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinação denominado regência.

Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente - é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez – chamado conseqüente – é o temo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente.

Exemplos:

A hora das refeições é sagrada.
...[hora das refeições: elementos ligados por preposição]

...[de + as = das: preposição]

...[hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições"]

...[refeições: termo conseqüente = é regido pela construção "hora da"]

Alguém passou por aqui.
...[passou por aqui: elementos ligados por preposição]

...[por: preposição]

...[passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui"]

...[aqui: termo conseqüente = é regido pela construção "passou por"]

As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto em diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se liga. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual ela se funde (ex.: de + o = do; por + a = pela; em + um = num, etc.).

É importante conhecer essas outras particularidades da preposição.


Conjunção

Conjunção é a palavra que estabelece uma relação:

entre dois ou mais termos semelhantes da oração ou entre orações de mesma função gramatical.


entre duas orações.
No primeiro caso, trata-se de uma relação de coordenação, em que os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso a relação é de subordinação, em que cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro.

Exemplos:

As crianças iam e vinham, demonstrando completo entusiasmo pela brincadeira.
...[iam/vinham: termos semelhantes da oração = verbo]

...[e: conjunção]

...[relação de coordenação]

As propostas pareciam um absurdo1, mas eu concordava inteiramente com elas2.
...[segmentos 1 e 2: orações independentes]

...[mas: conjunção]

...[relação de coordenação]

As preocupações só terminariam1 quando Armando chegasse com o resultado da prova de matemática
...[segmentos 1 e 2: orações dependentes]

...[quando: conjunção]

...[relação de subordinação]

Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A conjunção é um desses conectivos e se presta a ligar palavras ou orações entre si a fim de concatenar idéias e formar, com elas, um texto coeso. O encadeamento de idéias num texto (fenômeno da coesão) se deve em grande medida ao bom uso das conjunções, já que elas estabelecem os elos necessários entre palavras formando a oração, ou entre as orações formando o período.

Do ponto de vista morfológico, as conjunções são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos.

É importante conhecer, ainda, outras particularidades da conjunção.


Interjeição

Interjeição é a palavra que expressa emoções, sentimentos ou pensamentos súbitos.

Trata-se de um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma idéia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um contexto específico.

Exemplos:

Ah, como eu queria voltar a ser criança!
...[ah: expressão de um estado emotivo = interjeição]

Hum! Esse cuscuz estava maravilhoso!
...[hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição]

As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma espécie de palavra-frase, ou seja, há uma idéia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Observe:

Bravo! Bravo! Bis!
...[bravo e bis: interjeição]

...[sentença [sugestão]: "Foi muito bom! Repitam!"]

Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
...[ai: interjeição]

...[sentença [sugestão]: "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!"]

O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Exemplos:

Psiu!
...[contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua]

...[significado da interjeição [sugestão]: "Estou te chamando! Ei, espere!"]

Psiu!
...[contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital]

...[significado da interjeição [sugestão]: "Por favor, faça silêncio!"]

Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
...[puxa: interjeição]

...[tom da fala: euforia]

Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
...[puxa: interjeição]

...[tom da fala: decepção]

As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata de um processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.